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quarta-feira, 11 de julho de 2012


"A intenção da greve é atrapalhar mesmo as investigações", diz agente da Polícia Civil
“A intenção da greve é atrapalhar mesmo para ver se o governo cria vergonha na cara. Trabalhar nas condições que trabalhamos e recebendo um piso de R$ 2.700 é uma piada”, afirma um agente da DIH (Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios) em relação à greve dos peritos, médicos legistas, agentes e escrivães da PC (Polícia Civil). A paralisação, retomada na segunda-feira (9/7), atrapalha os andamentos das investigações realizadas pela polícia, como, por exemplo, os assassinatos do radialista Valério Luiz e do advogado Davi Sebba.
De acordo com o porta-voz do Sindperícias-GO (Sindicato dos Peritos Criminais e Médicos Legistas de Goiás), perito Ricardo Matos, sem os laudos dos peritos e médicos legistas, as investigações ficam “sem uma perna”. “A greve com certeza vai atrapalhar as investigações, pois sem os nossos laudos as investigações ficam sem seus instrumentos cruciais. O chamado exame de balística pode resolver um crime ao dar informações importantes aos agentes, assim como o trabalho em um corpo. Então, sem o nosso trabalho as investigações ficam sem uma perna”, pontua.

De acordo com Matos, a paralisação foi retomada devido à falta de propostas que atendam aos interesses das categorias, que é de reajuste de 30% do salário em janeiro de 2013 e o mesmo aumento em janeiro de 2014. “O governo sinalizou a negociação e a categoria cumpriu com a palavra e suspendeu a greve [que se iniciou em maio]. Mas depois da proposta inicial, não houve mais nenhum contato. Eles querem conceder reajuste de 5% a 20% na forma de bônus, que não altera em quase nada o quadro salarial, pois não incide em férias, 13°, nem em licença médica. Assim, se um de nós precisar se ausentar por motivos médicos ficaremos sem o bônus. Esse aumento é fictício. Não serve sequer como comprovante de renda”, explica.

Em nota divulgada à imprensa nesta quarta-feira (11/7) a SSPJ (secretaria de Segurança Pública e Justiça) e a Segplan (secretaria de Gestão e Planejamento) declararam que a proposta de bônus por produtividade apresentada pelo governo é de 20%. Assim, o piso salarial das categorias em greve ficaria da seguinte forma: peritos: R$ 6.856,80; agentes e escrivães: R$ 3.566,34.


Com informações de Marcos Nunes Carreiro
edição: anapolisgonews
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