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segunda-feira, 19 de março de 2012

MPF denuncia Cachoeira e mais 80 envolvidos na máfia dos caça-níqueis

Inquérito inclui policiais militares, civis e federais em grupo criminoso.
Procuradores dizem que vão apresentar pelo menos duas novas denúncias.

O Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) ofereceu denúncia à Justiça Federal, nesta segunda-feira (19), contra 81 pessoas envolvidas na máfia dos caça-níqueis, desarticulada pela Operação Monte Carlo no mês passado. Entre os acusados de participar da organização criminosa que explorava jogos de azar em Goiás estão o suposto chefe da quadrilha, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia Wladimir Garcez.
Também tinham participação na quadrilha, segundo o MPF, três policiais federais, sete policiais civis, 28 militares, um policial rodoviário federal e dois servidores públicos. Eles foram denunciados por formação de quadrilha armada, corrupção ativa e passiva, peculato e violação de sigilo perpetrado por servidores públicos federais, estaduais e municipais.
Sete deles continuam presos e um está foragido. Carlinhos Cachoeira cumpre prisão preventiva em Mossoró (RN). Na tarde desta segunda-feira, um pedido de vista suspendeu o julgamento do habeas corpos do empresário no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília.
"A apresentação da denúncia fortalece a necessidade de permanência de Cachoeira no presídio federal", disse a procuradora Léa Batista de Oliveira, durante entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira, em Goiânia.
Em 205 páginas, a peça acusatória do MPF indicia o empresário como chefe da quadrilha que explorava direitos dos pontos de jogos em Goiânia e no Entorno do Dsitrito Federal, com máquinas caça-níqueis clandestinamente instaladas. O negócio se mantinha com apoio de policiais militares, civis e federais. O processo destaca que a organização criminosa já atuava há mais de dez anos no estado.
Alguns nomes divergem da primeira lista feita pela Polícia Federal. "Nós percebemos que algumas pessoas não tinham sido indiciadas e participavam da organização criminosa, e outras que foram indiciadas [pela PF] ainda faltam provas e esperamos apresentar a denúncia posteriormente", diz Léa.
De acordo com os procuradores da república, esta é apenas a primeira denúncia contra o grupo, que deve ser seguida de pelo menos duas peças acusatórias posteriormente. "Nós decidimos desmembrar porque faltam algumas perícias, resultado de quebras de sigilos bancários e fiscais", explicou Léa.
As próximas denúncias devem tratar dos crimes contra o sistema finaceiro, como lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal, além de contrabando. O MPF também pediu a fixação de um valor mínimo a ser pago pela quadrilha pelas operações policiais (federal, civil e Força Nacional), frustradas devido à atuação do grupo.

Edição: anapolisGOnews
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