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sábado, 3 de março de 2012

Juiz acata pedido do MP para a demolição do Bretas. Cabem recursos


A promotora Morgana Maísa Chaves diz que parecer tem por base relatos técnicos feitos por peritos pertencentes ao Ministério Público e que o caminho apontado é a derrubada do prédio


O imóvel, construído para sediar uma loja da rede de supermercados Bretas em Anápolis - Avenida Pereira do Lago, passagem do Bairro Jundiaí para o Jardim Europa/Anápolis City - está em uma área brejosa, considerada ‘de proteção permanente’, onde existem nascentes de água e não deveria ter sido edificado em uma distância mínima de 15,57 metros do leito do Córrego Água Fria. A alegação é da Promotora Maísa Morgana Chaves, adiantando que existem falhas irreparáveis na concepção do projeto e, por conta disso, a recomendação inicial é de se demolir o prédio e promover-se a recomposição da área, às custas da Prefeitura e da empresa construtora. A promotora assegurou que o Ministério Público “não é vilão nesta história. Com base em denúncia apresentada, estamos encaminhando uma ação em desfavor da empresa SEI Empreendimentos e Participações, responsável pela edificação e contra o Município de Anápolis, que não se utilizou dos meios devidos para impedir a construção. Em resumo, faltou poder de polícia à Prefeitura”, declarou a representante do Ministério Público.
E, no dia 27 de fevereiro (segunda-feira), o Juiz Carlos Eduardo Rodrigues deferiu o pedido de liminar do Ministério Público determinando a interdição do empreendimento, estabelecendo que o Município e a empresa responsável pela obra a interrompam. Na decisão, ainda, o Magistrado determina que, além do embargo judicial à edificação, o Município de Anápolis fica impedido de expedir qualquer licença para sua ativação e, caso já o tenha feito, que o revogue. Determina, também, que fica estabelecida uma multa diária de R$ 3 mil a ser paga solidariamente pela Empresa, e pela Prefeitura, em caso de descumprimento, além do que, há um prazo de 15 dias para a empresa e 60 dias para a Prefeitura contestarem, se quiserem, a referida ação.
Ministério Público
Para a promotora, o Código Florestal veta, terminantemente, a edificação de imóveis em áreas de preservação permanente, como é o caso do terreno em questão. Ela disse que, de acordo com os laudos técnicos, o prédio, além de estar em uma área proibitiva, oferece riscos de desabamento, devido à fragilidade do terreno, uma espécie de pântano. “Na avaliação dos peritos, ele não suportaria o desgaste provocado pelo movimento constante e repetitivo de pessoas e veículos”, justificou. Maísa Morgana reafirma sua convicção de que a construção desobedece às normas ambientais elementares e a construtora ignorou a ação do Governo Municipal que determinou sua interdição, fato ocorrido no dia 15 de julho de 2011.
O caso do Supermercado Bretas, que deveria ter sido inaugurado no dia 26 de dezembro, ainda é fator de variadas polêmicas na Cidade. Uma corrente, da qual fazem parte empresários, políticos e lideranças comunitárias, questiona o fato de, somente depois de pronta, a obra ser impedida de funcionar. Alegam esses questionadores que a poucos metros da construção mencionada, outras edificações, muitas delas de grande porte, como edifícios residenciais, foram erigidas sem que houvesse qualquer contestação da Prefeitura, ou, mesmo, do Ministério Púbico, assim como de organizações não governamentais, defensoras do meio ambiente, como foi o caso da ONG “Olho Verde” que iniciou a celeuma em torno do assunto. Além disso, apontam-se vários prédios residenciais e comerciais construídos “em cima” de córregos em Anápolis (Água Fria; João Cesário, Antas e outros) e que nunca tiveram qualquer objeção por parte das autoridades municipais.
De outra parte, argumenta-se que, há um ano, antes de a obra ser iniciada, o local era uma grande invasão, totalmente degradada, servindo como depósito de lixo e criatório de animais, causando grandes danos ao meio ambiente e, muito especialmente, ao Córrego “Água Fria” que existe naquela região.
Ouvido a respeito do assunto, o Prefeito Antônio Gomide, também, lembrou as edificações que se encontram bem próximas do supermercado e que não foram interceptadas pelas autoridades ligadas ao assunto à época de suas concepções. Outra argumentação feita é de que a empresa poderia fazer uma compensação ambiental, conforme está definido em um termo de ajustamento de conduta, em que ela se responsabilizava pela aquisição de determinada quantidade de grama para o plantio em diversos setores da Cidade. Gomide hipotecou apoio à manifestação feita no início da última semana por funcionários contratados pela rede varejista, que estão fazendo um abaixo-assinado em prol da liberação do empreendimento. Também há manifestações neste sentido em redes sociais como o Facebook, onde alguns internautas defendem a abertura do supermercado que já se encontra pronto para funcionar há quase três meses.
Resta esclarecer, entretanto, que a petição feita pelo Ministério Público não significa, a princípio, que a obra será demolida. Está em tramitação o processo que vai, certamente, abrir oportunidades de ampla defesa para a responsável pelo empreendimento; arrolamento de testemunhas a serem ouvidas, produção de provas e outros procedimentos de parte do Poder Judiciário. Só, então, o Judiciário dará a sentença concordando, ou discordando, da pretensão do Ministério Público. E, esta sentença, por sinal, é passível de recursos, tanto por parte do Ministério Público, quanto da empresa responsável pela obra. Um assunto que, dificilmente, terá o desfecho em curto espaço de tempo.

Edição: anapolisGOnews


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2 comentários:

  1. As autoridades resposaveis , tem que analisar com carinho essa questao , pois existem predios vizinhos na mesma situação e ninguem nunca questionou esses predios , e outra coisa tem que ver ate onde a concorrençia esta nisso , porque o bretas é um concorrente. Forte e com certeza vai fazer muita diferença em anapolis , sem contar que era uma area abandonada , e agora é uma otima benfeituria na area ,

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  2. Sou a favor da abertura do Bretas, da não demolição do prédio, que a construtora responsável pague pelos erros e que os funcionários possam trabalhar. O Ministério Público afirma que o empreendimento está construído em terreno brejoso e pode desabar. Mas paremos para analisar:

    O Bretas é uma obra térrea e segundo o MP pode desabar por estar em terreno brejoso, já os 05 edifícios de dois condomínios verticais (com alturas variadas de 12 a 04 pavimentos, vários apartamentos e moradores) localizados ao lado do Bretas e que também foram construídos em terreno brejoso também não correm esse risco? E as várias casas construídas ao longo da Av. Perimetral e que também estão em terreno brejoso também não correm esse risco? Por que afirmam isso apenas no caso do Bretas?

    E a sede da justiça em nossa cidade, o edifício do Fórum, com 8 pavimentos e intensa movimentação diária de pessoas, construído em cima da várzea do ribeirão das Antas, assim como o Centro Administrativo, em cima do leito do ribeirão e ambos em terreno brejoso também não correm o risco de desabar? São construções de mais de 20 anos e estão lá, sólidas e belas. O local não é o mais apropriado, pois se ocorrer uma forte chuva fora dos padrões esses prédios podem ser alagados.

    Não concordo com a demolição do empreendimento, mais de uma centena de pessoas ficaram desempregadas com a não abertura do empreendimento e, além disso, quem garante que se o empreendimento for demolido, o terreno não volte a ser um local ermo e depósito de lixo poluindo as nascentes da mesma forma e prejudicando o meio ambiente e a população do bairro que sonham com a tão esperada abertura do Bretas?

    Esse empreendimento trouxe grandes expectativas e benefícios para a região, já que bairros como Anápolis City, Jardim Europa, Novo Jundiaí, parte alta do Jundiaí próxima ao SESC e a Av. José Neto Paranhos com grande número de condomínios verticais, Bairro JK, além da região do Bairro de Lourdes que agora está integrada ao Jardim Europa por uma trincheira que foi construída na BR 153, não possuem grandes mercados e empreendimento de tamanha envergadura. Toda essa região estava e ainda estão com grandes expectativas para a abertura da loja.

    Importantes cidades goianas, porém menores que Anápolis (em população e economicamente) como Rio Verde, Jataí, Catalão, Formosa e Mineiros já contam com lojas do Bretas, algumas como é o caso de Jataí já possuem até duas lojas e quando essa importante rede hipermercadista decide se instalar em Anápolis devido ao seu crescimento econômico, amplo mercado consumidor e crescimento do PIB é isso que acontece. Por isso as vezes que as pessoas de outras cidades e até mesmo daqui falam tão mal da cidade. Agora que Anápolis está resgatando a sua autoestima e se transformando em uma bela e cuidada cidade e atraindo novos empreendimentos, acontecem casos como esse que arranham a sua imagem. Logicamente que o meio ambiente deve ser respeitado, que as empresas não pensem que aqui não é terra de ninguém e que as leis ambientais não devem ser cumpridas e respeitadas, por isso a construtora responsável pela construção do Bretas deve pagar por seus erros ou através de multa ou de compensação ambiental, menos a demolição que foi solicitada.

    Porém o caso do Bretas é diferente, um empreendimento que trouxe ânimo para essa região da cidade antes tão esquecida e abandonada pelo poder público, e agora que o local está melhorando por conta dos investimentos feitos pela rede hipermercadista querem acabar com esse ânimo. Uma pena!

    Sou morador do Anápolis City há mais de 10 anos e sempre sonhava com algo assim tão grande aqui por perto, algo que levantasse o ânimo do bairro e locais adjacentes, que possui status de nobre, porém em alguns locais aparenta ser tão precário e esquecido pelo poder público. Vamos lutar pela abertura e funcionamento desse hipermercado!

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