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sexta-feira, 22 de junho de 2012


Câmara indecisa sobre rumos do processo de Wesley Silva
A volta à cena política do vereador Wesley Silva (PMDB), não implica que a sua situação esteja, plenamente, resolvida. O parlamentar continua a responder, em liberdade, ao processo que corre na 5ª. Vara Criminal do Distrito Federal, sob a acusação de participação em um suposto esquema de lobby que favoreceria a empresa Delta, numa licitação pública para a implantação do sistema de bilhetagem eletrônica no transporte coletivo do DF. Preso na Operação Saint-Michel, deflagrada pelo Ministério Público, o parlamentar ficou exatos 52 dias
presos no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Além de lutar para provar a sua inocência na Justiça, Wesley Silva também deverá enfrentar um julgamento político na Câmara de Vereadores, a pedido da juíza Ana Cláudia Barreto, que encaminhou àquela Casa, solicitação de abertura de processo disciplinar contra o vereador, evocando os princípios de falta de decoro e improbidade administrativa.

Em entrevista concedida na última terça-feira, 19, o vereador Wesley Silva falou sobre o caso. A versão dada por ele é que não houve nenhum crime, uma vez que, apenas, foi interceptada uma ligação telefônica em que ele participou para um contato da Câmara Brasil-Ásia. Mas, segundo Wesley, não houve resultado e não chegou a haver, também, qualquer negociação. Ele negou contatos com a Construtora Delta, mas refirmou ser amigo do bicheiro Carlinhos Cachoeira e da família dele. O que, também, em sua opinião, não representa também nenhum crime.

O vereador, contido nas palavras, preferiu não dizer que se sentia injustiçado. Para ele, a sua prisão foi “arbitrária e desrespeitosa com a Câmara Municipal de Anápolis”. O edil salientou, ainda, que foi sempre um cidadão correto e que nunca teve uma multa de trânsito ou boletim de ocorrência policial contra si.

Wesley Silva ressaltou ter estranhado o fato de, nesses 52 dias em que permaneceu encarcerado, não ter sido procurado para ser ouvido nem por parte do juízo encarregado pelo processo, nem pelo Ministério Público do DF.
Trauma

Wesley Silva disse ter vivido um trauma na prisão. “A gente olha e só vê grade”, frisou, acrescentando que a sua rotina era a mesma dos outros presos em seu pavilhão. “Nunca tinha ouvido falar de uma prisão dessa natureza, somente no tempo da ditadura”, confidenciou.

Sobre o seu futuro político, o vereador afirmou sem muita convicção, que o seu nome continua à disposição do PMDB.

A situação na Câmara Municipal
No mesmo dia em que o vereador Wesley Silva (PMDB) se reunia com vereadores e jornalistas para dar explicações sobre o caso de sua prisão, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal, Domingos Paula de Souza (PTB) entregava ao presidente da Casa, vereador Amilton Batista (PTB), o relato com a decisão da comissão a respeito do pedido de abertura de processo disciplinar.

Segundo o presidente da CCJ, há quatro possibilidades: a primeira seria mandar o pedido para a corregedoria; a segunda, arquivar; a terceira, abrir, na Comissão, o procedimento e quarta opção, encaminhar o Caso para análise do Conselho de Ética. Essa última possibilidade foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça. Ainda na terça-feira, 19, o Presidente Amilton Batista convocou uma reunião, após a sessão ordinária, para discutir a questão com os vereadores. Mas, nessa reunião, não se chegou a um consenso. Há dúvidas se o melhor caminho seria passar o processo para a Comissão de Ética, sendo que, neste caso, a mesma ainda teria de ser criada. E, depois de analisar o processo encaminharia o seu parecer à CCJ que faria o seu despacho e encaminharia a decisão final ao plenário. Um caminho longo, que poderia durar em torno de, até, 90 dias.

Muito embora a Câmara Municipal tenha entrado em recesso, segundo o vereador Domingos Paula, o caso continuará sendo avaliado e os procedimentos adotados dentro das normas legais e regimentais.


Com informações de Claudius Brito
Edição: anapolisgonews
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