Páginas

segunda-feira, 18 de junho de 2012


Médico faz transplante raro das duas córneas em bebê de 5 meses, em GO
Uma equipe médica do Hospital Oftalmológico de Anápolis (HOA) fez um transplante de córneas em um bebê de cinco meses, filho de uma mulher que usou crack durante a gestação. O procedimento é considerado raro e, segundo especialistas, não foram encontrados registros sobre o caso na literatura médica mundial. Duas coisas chamam a atenção para esse caso, o fato de as duas córneas terem sido substituídas ao mesmo tempo e a pouca idade do paciente.
De acordo com o oftalmologista responsável pelo transplante, André Pena Corrêa Bittencourt, aos quatro meses, a criança foi diagnosticada com leucoma corneano, que é uma opacidade nas córneas. Um mês depois ela foi submetida a uma cirurgia de transplante de córnea bilateral, quando as duas córneas são transplantadas ao mesmo tempo.

O caso é muito raro, acredita a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e Refratometria (Soblec), Tania Schaefer, que é de Curitiba (PR). “Não tenho conhecimento de que esse procedimento já tenha sido realizado antes”, disse, em entrevista.

O oftalmologista com subespecialização em cirurgia de córnea, Arthur Schaefer também garante nunca ter visto registro de transplante bilateral nessa circunstância no mundo. “Pelo que eu já observei, não há relatos de trabalhos científicos ou publicação em revista sobre um caso assim no mundo. Possivelmente, esse é o primeiro e, provavelmente deverá ser publicado”, observa. Para o especialista, a conduta dos médicos em relação ao bebê foi assertiva.

Segundo André Bittencourt, a opção de fazer a operação nos dois olhos durante a mesma cirurgia teve a finalidade de reduzir riscos para o paciente. Normalmente, o procedimento é feito primeiro em um olho e depois de um tempo de recuperação, no outro. Assim como os outros especialistas consultados pelo G1, Bittencourt afirmou não ter encontrado registros médicos sobre essa dupla intervenção em um paciente tão pequeno.

Recuperação
Três meses após a operação, a criança - que agora está com oito meses - começa a apresentar os primeiros sinais de recuperação. "Antes, o bebê ficava sempre com os olhos fechados, não piscava. Agora, ele já abre o olho e já pisca, mas ainda não é possível quantificar o quanto de visão ele tem. O que estamos fazendo agora é tentar evitar que ele perca a visão", afirma Bittencourt. O médico disse ainda que houve também uma melhora no aspecto social da criança, que antes se irritava com frequência e chorava com facilidade.

Uso de drogas
Ainda é cedo para saber quais serão os reflexos da droga na vida da criança e quanto da visão ele vai recuperar. Enquanto isso não acontece, o bebê depende dos cuidados de uma vizinha, que ajudou a mãe a conseguir o transplante, feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ela prefere não ser identificada, mas foi quem buscou ajuda dos médicos para que a criança voltasse a enxergar. “Eu pensava se o bebezinho nunca iria ver e isso me comoveu muito. Essa foi a única maneira que eu encontrei de ajudar”, conta.


com informações da tv anhanguera
edição: anapolisgonews
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Nenhum comentário:

Postar um comentário