Páginas

sexta-feira, 20 de abril de 2012


Falta acordo para ambulantes, poluição sonora e fiscalização
Há mais de um ano tramitando na Câmara Municipal, o projeto do novo Código Municipal de Posturas tem dado dor de cabeça aos vereadores. O texto original, de 1968, está sendo modificado através de um projeto de iniciativa do Poder Executivo que justificou a atualização desse conjunto da legislação urbanística em razão da dinâmica de desenvolvimento da Cidade, do seu Plano Diretor e a necessidade de harmonizá-lo com a Lei Federal nº 10.257/2001- Estatuto das Cidades.
Trocando em miúdos, o Código de Posturas, pode-se dizer, é a lei que está no cotidiano da população, disciplinando, por exemplo, questões como bem estar e o sossego públicos; limpeza e conservação de imóveis; regulamentação de atividades em logradouros públicos e particulares; regulamentação do comércio ambulante e dos meios de publicidade e propaganda, assim como o horário de funcionamento das atividades econômicas; concessões de licença de funcionamento e fiscalização de estabelecimentos e atividades licenciadas pelo Município, dentre outras.

Desde a sua apresentação, a proposta vem mexendo com vários interesses da Cidade. Em razão disso, várias reuniões com segmentos organizados foram realizadas na discussão do projeto nas comissões temáticas de Constituição e Justiça, de Finanças e de Indústria e Comércio, sendo que o resultado desse debate foi a apresentação de cerca de 70 emendas.

Os interesses que envolvem o Código de Postura são os mais diversos e complexos. Por exemplo, segundo o relator da comissão especial, vereador Luiz Lacerda (PT). Ele cita entre os pontos mais controversos, a regulamentação para o comércio ambulante que, obviamente, tem sérias discordâncias com as entidades que representam o comércio formal. Outra questão, o disciplinamento do som em locais públicos mexe com o interesse de igrejas. E, não menos polêmica, a questão da definição de poderes para um órgão nevrálgico da Prefeitura, que é a Divisão de Posturas e Fiscalização.
De acordo com Luiz Lacerda, no caso da Postura, que está no artigo primeiro do Código, há posições divergentes entre os vereadores sobre o estabelecimento da norma que confere ao órgão poder de polícia. Alguns parlamentares têm o entendimento que o dispositivo poderia conferir a prerrogativa de efetuar um ato de detenção na ausência da autoridade policial, embora esta prerrogativa não esteja expressa de forma clara no Projeto de Lei. “

O texto do projeto, diz o seguinte: “Considera-se Poder de Polícia, a atividade da administração pública que, disciplinando o exercício das liberdades públicas, assegure o gozo pleno dos direitos individuais e coletivos e a defesa dos interesses legítimos e regule a prática de atos, em função do interesse da coletividade Anapolina concernentes aos costumes; à comodidade e ao bem estar comunitário; à estética e paisagem urbana, ao respeito à propriedade e sua função social; ao uso das vias e logradouros públicos; à preservação do patrimônio histórico e cultural; ao exercício, ou não, de atividades econômicas e profissionais; a disciplina da comercialização e do mercado do Município de Anápolis”. Polêmicas à parte sobre o termo “Poder de Polícia”, a proposta, sem dúvida, amplia o raio de ação da Divisão de Posturas que pode, até, avançar em outras áreas da Administração Municipal.
Na última quinta-feira, 19, a Comissão Especial se reuniu, mais uma, vez para analisar as emendas apresentadas ao Projeto de Lei do Novo Código de Posturas. De acordo com o relator da matéria, vereador Luiz Lacerda, o trabalho nesta etapa consistirá em estabelecer o consenso em todas as propostas de emendas que forem possíveis. Aquelas em que ainda não houver o consenso, serão melhor discutidas, podendo, em alguns casos, serem retiradas ou reformuladas. O vereador, no entanto, reconhece que será muito difícil um consenso em torno dos temas mais polêmicos como a questão dos camelôs; dos decibéis, dos poderes da Divisão de Posturas, dentre outros. “Nossa tarefa é buscar um equilíbrio, mesmo sabendo que não teremos como agradar a todos”, salientou, acrescentando que o seu relato será dado de acordo com as decisões que forem tomadas na Comissão Especial. “Depois, o plenário, que é soberano, poderá concordar ou discordar do relatório”, sublinhou Lacerda.

Segundo o vereador, a intenção é que o projeto esteja pronto para ser colocado para apreciação e votação em plenário até o início da segunda quinzena de maio próximo.


fonte: Claudius Brito
edição: anapolisGOnews
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Nenhum comentário:

Postar um comentário